- Densidade da água. Nas águas abertas a densidade é maior pela salinidade da água.
- Atletas de águas abertas tem composição corporal diferente. O índice de gordura é mais alto. Os atletas de piscina tem maior constituição muscular.
- Nas águas abertas existe a possibilidade de contato físico, mesmo que não tolerado pelas regras, é muito comum as mútuas pancadas nas disputas de águas abertas. Estes contatos são mais freqüentes nas largas e chegadas das provas acirradas.
- Posição do corpo na água. Na natação de piscina, o nado é mais plano, nadadores procuram alinhar seu corpo com a água. Nas águas abertas, a posição da cabeça é mais alta, e existe uma constante elevação da mesma para a localização do nadador na disputa da prova.
- A necessidade da execução das viradas inclui um fator físico de muita importância nas provas de piscina, fator este que não existe nas águas abertas.
- A realização de multi provas numa mesma etapa de uma competição de piscina também é outra diferença expressiva em relação as águas abertas. Nadadores de piscina nadam 2, 3, 4 e até mais vezes num mesmo dia, com eliminatórias, finais e revezamentos. Os nadadores de águas abertas nadam uma prova por dia ou em nível internacional com intervalos de dois ou mais dias entre as diferentes provas.
- A técnica de nado é também distinta. O nado de águas abertas é mais constante e utiliza em grande escala a dimensão do movimento de braçada. Nas provas de águas correntes ou com ondas, o rolamento do corpo deve ser evitado. Rolamento quando executado em provas com muitas ondas ou correntes faz com que o nadador perca a estabilidade do nado e até a direção.
A decisão da nadadora baiana Ana Marcela Cunha em “oficializar” a sua preferência pelas águas abertas, deixando a natação de piscina em segundo plano, gerou uma discussão na nossa comunidade aquática.
Entretanto existem vários fatores técnicos e históricos que comprovam que a combinação dos dois esportes não tem sido muito positiva pelos atletas de alto nível de ambas modalidades.
A natação de piscina é mais popular e detém mais espaço na mídia e supera em larga escala no número de participantes. A natação de águas abertas, entretanto, é uma modalidade em franca ascensão, principalmente após o ser declarado esporte olímpico a partir de 2008.
Não é só Ana Marcela Cunha que optou pelas águas abertas em detrimento da natação de piscina. Ídolos da piscina nacional como Luiz Lima e Poliana Okimoto não escondem que as águas abertas passaram a ser suas prioridades desde o ano passado. Outros nadadores de águas abertas do Brasil já nem competem mais nas provas de piscina. Casos de Fábio Lima, Luis Eduardo Oliveira, Pamela Engel, Carlos Eduardo Pavão, Guilherme Bier, entre outros.
A nível internacional o panorama não é diferente.
|
O maior nadador de provas de distância da natação mundial, Grant Hackett, nos jogos Olímpicos de 2008, o australiano disputou as provas de 200, 400, 1500 livre e o revezamento 4x200 livre para dois dias depois participou da sua prova “bonus”, os 10 quilômetros de águas abertas.
Hackett na final dos 1500 metros nado livre foi batido pelo tunisiano Oussama Mellouli por 0,69 seg., dizem que final olímpica seus 32 anos pesaram. Enquanto Hackett possui uma medalha de ouro do relé extra (a partir de Sydney), cada um ganhou dois ouros e uma prata sobre a mais longa, mais difícil de eventos na piscina. mas ao anunciar o programa o nadador já indica que a prova das águas abertas será apenas uma adição ao seu programa básico e a prioridade é a conquista do 3o título olímpico dos 1500 metros nado livre. Os 10 quilômetros como disse o Hackett é um “bonus”
Os super campeões do Circuito Mundial de Águas Abertas nem aparecem nas competições de piscina. Britta Kamrau da Alemanha e Peter Stoychev da Bulgária não disputam eventos nacionais ou internacionais pelos seus países. Neste meio isto é quase que geral. A exceção talvez seja o campeão mundial dos 5 e 10 quilômetros do último Mundial em Nápoles na Itália.
Ele venceu no útlimo Campeonato Alemão na prova dos 1500 metros nado livre com um expressivo 15:00:90.
Entretanto, Thomas sofreu com a combinação dos dois esportes.
No Campeonato Europeu disputado em julho 2007 em Budapeste, ele estava balizado com o 3o tempo dos 1500.
Antes disso, venceu os 5 e os 10 quilômetros na prova de águas abertas. Descansou 7 dias e foi para a disputa de piscina. Nadou mal, piorou 17 segundos e terminou em 11o lugar nem chegando as finais.
No 13 º Campeonato Mundial da FINA na praia de Ostia, em Roma (ITA) 2009 Thomas Lurz venceu a prova dos 5 km aberta do e, portanto, defendeu com sucesso seu título mundial de Melbourne o Campeonato de 2007.
Lurz finalizou a prova com 56:26.9, enquanto Spyridon Gianniotis (GRE) bateu em 56:27.2 para recebera medalha de prata.
A medalha de bronze ficou com uma cara nova no cenário mundial em águas abertas - Chad Ho (RSA), que cronometrou 56:41.9. Luca Itália Ferretti foi quarto em 56:44.3.
Na América do Sul, o venezuelano Ricardo Monastério é um que está tentando disputar as duas modalidades juntas.
Monastério entretanto, nada apenas em piscina, não faz qualquer treinamento em águas abertas e o máximo que tem feito é participar de algumas provas locais e internacionais. Disputou nos Jogos ODESUR tanto as provas de piscina como nas águas abertas. Ricardo Monastério (400m livre),é dono de dois dos três únicos recordes da Venezuela no sul-americano.
O treinador Carlos Rogério Arapiraca é uma das maiores autoridades entre os técnicos das águas abertas do Brasil.
Arapiraca vive uma situação interessante, pois seu filho, Luis Rogério Arapiraca é o melhor fundista do país na atualidade.
Por experiência própria, Arapiraca já constatou que o estilo do seu atleta/filho se altera quando pratica em águas abertas ou até mesmo participa de algumas provas. Desde esta constatação, Luis Rogério tem treinado e competido apenas em piscina.
As diferenças entre as águas abertas e piscina, começam na densidade da água.
A densidade normal da água é de 1 grama por mililitro.Esta densidade é alterada com mudanças de temperatura, pressão, assim como constituição da água.
Ou seja, água fria e salgada tem maior densidade do que a água normal.
Esta diferença faz importantes alterações na posição do nado do atleta e até mesmo oferece diferentes reações para diferentes constituições físicas.
Atletas mais gordos se posicionam melhor na água salgada do que na água doce e por aí vai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário