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sábado, 22 de maio de 2010

Iniciação Esportiva Precoce pode encerrar Cedo a Carreira do Nadador

Sim pode, por mais que não haja comprovações científicas muitos nadadores provam que sim.

Foi o caso de Ian James Thorper, um nadador brilhante porém com visiveis sinais de imaturidade, carreira intensa porém aos 24 anos encerrada.

Ian Thorpe
Ian Thorpe

Aos 14 anos de idade, ele se tornou o mais jovem nadador do sexo masculino a representar o time oficial da Austrália (Australian Swimming Team).

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Aos 24 anos e sem competir em eventos de primeira linha desde os 22, o atleta se despede das piscinas precocemente com números de dar inveja a qualquer outro nadador: 11 títulos mundiais, cinco medalhas de ouro em Jogos Olímpicos e 13 recordes mundiais registrados em seu auge, entre os anos de 1999 e 2002.

Por outro ângulo, a idade escolhida para a aposentadoria não parece tão absurda se o início da vida competitiva do atleta for considerado. Com apenas 13 anos, ele já despontava como fenômeno em competições nacionais, completando provas muito na frente de seus concorrentes da mesma idade. Em 1996, ele chegou a participar da seletiva de seu país para os Jogos Olímpicos de Atlanta, mas a 23ª colocação nos 400m livre e a 36ª nos 200m costas não foram suficientes para lhe garantir vaga.

No ano seguinte, os resultados em competições profissionais começaram a aparecer. Logo em seu primeiro torneio internacional, o Pan-Pacífico, Thorpe tornou-se o mais jovem medalhista dos Jogos com a prata no 4x200m livre.

Ainda em 1997, o australiano classificou-se para o Campeonato Mundial de Natação no ano seguinte, onde conquistaria a visibilidade que carregou até a aposentadoria. Foram duas medalhas de ouro, uma nos 400m livre e outra no 4x200m livre, e um recorde: o mais novo campeão mundial da modalidade, com 15 anos.

A consagração como novo fenômeno da natação era inevitável e veio em 1999, quando Thorpe estabeleceu os seus dois primeiros recordes mundiais em piscina olímpica nos 400m e 200m livre. Ele ainda conquistou quatro medalhas de ouro nos Jogos do Pan-Pacífico e ganhou o apelido de Torpedo. Nada mais apropriado para o nadador de pé tamanho 50 que ainda disputaria sua primeira Olimpíada.

Depois de selar a sua classificação com mais recordes na seletiva australiana, Thorpe preparou-se para fazer história nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. E foi o que aconteceu. Com apenas 17 anos, conquistou três ouros e duas pratas, estabelecendo novo recorde nos 400m e ajudando seu país a registrar o melhor tempo de todos os tempos no 4x100m. Ele ainda venceu o 4x200m e garantiu a prata nos 200m livre e no 4x100m medley.

A pouca idade e o potencial a ser desenvolvido abriram a expectativa de até onde Thorpe poderia chegar. Em 2001, no Mundial de Fukuoka, a resposta foi dada: seis medalhas de ouro, marca inédita com quebras de recorde nos 200m, 400m e 800m e 4x200m livre. Era esperar a próxima Olimpíada para acompanhar mais feitos.

Durante o intervalo, no entanto, o Torpedo não poderia parar e obteve mais três medalhas de ouro no Mundial de Barcelona (2003), tornando-se o primeiro a vencer a mesma prova, a dos 400m livre, em três Mundiais diferentes. Um ano antes, nos Jogos Jogos Commonwealth, em Manchester, seis medalhas de ouro. Já no Pan-Pacifico de Yokohama, também em 2002, cinco conquistas.

Se os resultados continuavam positivos, por outro lado Thorpe viu nos anos que antecederam as Olimpíadas de Atenas, em 2004, o surgimento de um nadador que colocava em xeque sua supremacia nas piscinas: o norte-americano Michael Phelps. O desafio seria maior, mas logo nas seletivas australianas teve de lidar com a desclassificação nos 400m livre. Porém, o vencedor da prova, Craig Stevens, desistiu e abriu vaga para o Torpedo.

Com os holofotes divididos com Phelps, o australiano não se intimidou e levou mais dois ouros para a galeria: nos 400m e nos 200m.

Nesta última prova, derrotou o rival e o holandês Pieter van den Hoogenband, comprovando que a concorrência teria trabalho para superá-lo. De quebra, ficou com a prata nos 4x200m livre e o bronze nos 100m, tornando-se o primeiro nadador em 100 anos a conquistar numa mesma Olimpíada medalhas nos 100m, 200m e 400m livres.

Consagrado, Thorpe optou por férias no ano seguinte e não participou do Mundial de Montreal e dos Jogos Commonwealth, dando um tempo na cobrança por mais recordes e conquista. Já em 2006, enfrentou problemas físicos (uma febre glandular), chegou até mesmo a sair de Sydney e ir para Los Angeles por três meses e admitiu ter reencontrado o prazer pelo esporte.

No entanto, o descanso das piscinas fez Thorpe repensar a carreira e no dia 21 de novembro ele anunciou a aposentadoria. "Percebi que tinha que priorizar outras coisas e deixar a natação um pouco para trás. Agora estou de olho em outras coisas", avisou. Seja qual for o caminho profissional escolhido por Thorpe nos próximos anos, ele se despede consciente de que dificilmente repetirá o sucesso conquistado nas piscinas.

O ano de 2010 começou com boatos a respeito do seu retorno, porém o pentacampeão olímpico de natação, declarou nesta segunda-feira 17/05/10 que não tem intenção de voltar a competir, contrariando os rumores da imprensa.

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O Daily Telegraph informou, nesta segunda-feira, que Thorpe preparava seu regresso no revezamento 4x100 metros livres dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Entretanto, o australiano desmentiu em um comunicado.

"Não tenho intenção de voltar a competir", disse Thorpe. "Minha posição na coletiva de imprensa de 2006, quando anunciei minha aposentadoria, não mudou. Nela informei uma possível volta, mas que era altamente improvável", acrescentou.

Ian Thorpe: volta às piscinas descartada

Thorpe, de 27 anos, conclui, atualmente, licenciatura dupla em psicologia e em linguística.

O nadador se aposentou em novembro de 2006, com 24 anos, depois de ter reinado sem rivais durante oito anos na natação masculina.

Pentacampeão olímpico, foi onze vezes campeão do mundo e bateu 23 recordes mundiais, dentre eles 18 em piscina pequena(25m).

Um comentário:

José Antonio Garcez disse...

A rotina de treinos, aliada aos compromissos e responsabilidades dos jovens, influencia certamente uma parada precoce.

O que pode ser feito, em atletas que não são de elite, é uma manutenção de treinos em busca de saúde e bem-estar em vez de treinos longos com objetivos competitivos.

Excelente artigo, parabéns!