Após 48 anos de jejum, o Corinthians voltou a conquistar o Campeonato
Brasileiro Absoluto de Natação.
Neste sábado, a equipe paulista venceu o
Troféu Maria Lenk, no parque aquático do Ibirapuera, em São Paulo,
deixando para trás o Minas Tênis Clube, que era o atual campeão, e o
Pinheiros.
No total, o clube do Parque São Jorge somou 2.875,50 pontos,
contra 1.990,50 dos mineiros e 1.730 do rival paulista.
O Corinthians
foi campeão pela primeira vez em 1962.
Depois, voltou a erguer o troféu
em 1964, 1965 e 1966.
- Foi um título muito planejado. O Corinthians não deu passos que não
podia. Começamos trabalhando nas categorias de base e fomos construindo
pouco a pouco. Os atletas enxergam hoje o clube como uma casa. A cada
ano vamos acrescentando um elemento para tornar a equipe mais forte. A
natação do Corinthians nunca acaba, pois é muito trabalho. Ainda não
temos um projeto com incentivos fiscais e acho que é isso o que falta
para solidificar ainda mais o que é feito. Este ano trouxemos a Katinka
Hosszú (húngara campeã Mundial), mas ressalto que mesmo sem ela
estávamos planejados para brigar pelo título. Ter a oportunidade de
trazer uma atleta como esta, num país em que a natação feminina precisa
crescer, acho que é muito positivo, pois elas conseguem enxergar mais
facilmente que também podem chegar lá - explicou Carlos Matheus, que é
neto do ex-presidente do Corinthians, Vicente Matheus.
Vice no geral, o Minas venceu na contagem das provas masculinas, com
1.193,50 pontos.
No feminino, também deu Corinthians, com 1.862 pontos.
Na contagem de medalhas, o Timão somou 34 (17 de ouro, nove de prata e
oito de bronze).
O Minas ficou com 30 pódios no total (nove de ouro, 12
de prata e nove de bronze) e o Pinheiros obteve 24 medalhas (sete de
ouro, oito de prata e nove de bronze).
Resultado final
Na primeira vez que a maratona aquática entrou na programação
do Maria Lenk, Okimoto foi a única atleta feminina a permanecer no
pelotão de frente durante toda prova.
Atual campeã mundial, a nadadora
ganhou vantagem em relação à segunda colocada, Betina Lorscheitter, logo
na largada.
No geral, Poliana ficou com a sétima posição.
Considerada
a melhor atleta olímpica de 2013, Poliana encerrou sua participação no
torneio com três medalhas de ouro, sendo as duas primeiras no 1500m e
800m livre e depois na maratona de 5 quilômetros.
“Hoje eu tive que me
superar, foi bem cansativo porque eu já tinha nadado três provas de
fundo durante a semana e não é fácil.
O ideal seria ter um tempo maior para descansar, recuperar o
condicionamento, principalmente eu que sou menor que a maioria das
nadadoras, mas dei o meu máximo e estou muito feliz pelo resultado”,
disse Poliana.
Poliana Okimoto encerrou a participação no Maria Lenk com três medalhas de ouro
A atleta destacou a importância de se manter no pelotão de frente mesmo
com os homens. “O mais legal é que consegui acompanhar os meninos
durante toda a prova e isso significa demais porque há uma grande
diferença de força e potência entre homens e mulheres. Espero que no ano
que vem a organização encaixe a maratona de forma oficial”.
Cielo vence os 100m livre, e Matheus volta a bater recorde mundial júnior
Depois de não nadar os 100m livre na última edição do Troféu Maria
Lenk, Cesar Cielo voltou em grande estilo à prova e garantiu a medalha
de ouro com o tempo de 48s13, o terceiro melhor do mundo em 2014. A
medalha de prata foi conquistada por Matheus Santana, que bateu na
parede com o tempo de 48s61, quebrando o recorde mundial júnior que ele mesmo havia feito na manhã deste sábado.
João de Lucca completou o pódio com 48s67.
Ainda cansado após a prova, Cesar Cielo afirmou que, apesar da vitória,
não pensa em nadar os 100m livre nas principais competições.
- Foi empolgante. Não nadava essa prova há muito tmepo, mas não deixei
barato. Foi bacana. É uma disputa saudável com o Marcelo Chierighini e o
João de Lucca, campeões na NCAA (a liga universitária americana). Eu
penso em nadar os 100m livre só pelo revezamento. Vejo um futuro bem
legal para a gente. Estou contente em ganhar a prova, mas não vou
disputar o Pan-Pacífico - disse Cesar Cielo, se referindo à competição
que será realizada em agosto, na Austrália, e que contará com Marcelo
Chierighini e João de Lucca na prova dos 100m livre.
Cielo e Matheus se abraçam após a prova (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
Na noite da última sexta-feira, Matheus Santana havia aberto o
revezamento 4x100m do time do Unisanta para o tempo de 49s02, apenas
seis centésimos acima do recorde mundial júnior. Na manhã deste sábado,
nas eliminatórias, ele bateu a marca com 48s85 e na final o atleta
marcou 48s61 para fazer novamente o melhor tempo do mundo para atletas
até 18 anos.
- Eu esperava baixar o recorde, mas foi melhor do que o esperado.
Passei melhor do que pela manhã e voltei forte. Vou aos Jogos Olímpicos
da Juventude, não vou ao Pan-Pacífico. É importante para mim, porque
nadarei contra os atletas do Mundial Júnior- disse o atleta.
Os Jogos Olímpicos da Juventude serão realizados na China no mês de
agosto e contarão com a presença de mais de 4.000 atletas entre 14 e 18
anos em 28 modalidades. Com o resultado deste sábado, Matheus é o sétimo
colocado no ranking mundial adulto de 2014, mesmo com apenas 17 anos.
Logo atrás dele nessa lista está João de Lucca (48s67).
Dinamarquesa dourada
Na disputa feminina dos 100m livre, a medalha de ouro ficou com
Jeanette Ottesen Gray, com o tempo de 53s78.
Foi o sétimo ouro da musa dinamarquesa
em sete provas no Maria Lenk - ela ainda ajudou o Corinthians a vencer o
revezamento 4x100m medley para levar seu oitavo ouro.
A segunda posição
ficou com Larissa Oliveira que foi considerada a campeã brasileira.
Após a prova, ela afirmou que queria um tempo melhor que os 55s13 que
fez.
- Queria nadar para 54 segundos, mas fiquei feliz com o título nacional - resumiu a atleta.
Disputa acirrada nos 50m peito
Nos 50m peito masculino, quatro atletas fizeram o índice para o
Pan-Pacífico mas apenas dois deles viajarão para a Austrália devido ao
limite de dois nadadores por país estipulado pela Confederação
Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA). João Gomes Júnior venceu com o
tempo de 27s43 - o sexto melhor do mundo em 2014 -, apenas quatro
centésimos à frente de Felipe França. Os dois serão os representantes
brasileiros no Pan-Pacífico e deixaram para trás Felipe Lima (27s65) e
Raphael Rodrigues (27s76).
Índice no feminino
Ana Carla Carvalho conseguiu índice para o Pan-Pacífico nos 50m peito
feminino, vencendo a prova com 31s87. Ela conseguiu encerrar o domínio
da argentina Julia Sebastian, que havia vencido os 100m e 200m peito,
mas ficou com a prata na prova deste sábado.
Foi o único índice para o Pan-Pacífico conquistado nas provas do nado
peito feminino, já que nenhuma brasileira fez a marca mínima nos 100m e
200m peito.
Terceiro ouro de Leonardo de Deus
O atleta do Corinthians Leonardo de Deus já havia ganho os 200m
borboleta e os 400m livre e fechou a competição com o título nos 200m
costas, com a marca de 1m58s58, deixando para trás o seu companheiro de
time Fernando Ernesto, que terminou com 2m00s29. O bronze foi
conquistado por Fabio Santi com 2m01s25.
Leonardo já tinha feito o índice para o Pan-Pacífico nesta prova, em competição realizada em dezembro do ano passado.
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