Entre as inúmeras inovações colocadas em prática nos últimos anos, uma das mais importantes foi o surgimento de novos maiôs para a natação.
Maria Lenk, em 1935 Para apresentar um perfil detalhado da evolução deste produto, e como ele influencia no desempenho dos nadadores, convidamos a Speedo - marca de materiais esportivos especialista em trajes para a natação profissional - detentora da tecnologia que resultou no Fast Skin, a última palavra em maiôs para a natação. Evolução
Imagine que em 1900 os maiôs utilizados pelos nadadores pesavam cinco quilos. Foi a Speedo que fabricou os primeiros maiôs de seda, mudando completamente o conceito da natação. Na década de 50, a empresa volta a inovar e fabrica o primeiro maiô de nylon lycra. A nova guinada para a natação de competição acontece na Olimpíada de Barcelona (1992), quando a Speedo muda o conceito dos maiôs, acabando com o conceito de que quanto menos roupa, melhores resultados seriam alcançados. Gustavo Borges 1992 O modelo revolucionário chamava-se S 2000 e caracterizava-se por ser feito de microfibra e elastano, cobrindo mais o corpo. Passados quatro anos, na Olimpíada de Atlanta (1996) é lançado o maiô Aquablade. O modelo representava uma novidade, apresentando menor resistência na água, se comparado à pele humana. Destaque para o fato de o tecido ser listrado, com aplicações de resinas que repelem a água, melhorando a velocidade e reduzindo a resistência, permitindo que o nadador deslize com maior facilidade. Uma das versões disponíveis recobre o corpo ao máximo, incluindo os joelhos, proporcionando um menor atrito com a água. Pela primeira vez as pernas são cobertas nas roupas de performance. Surge o Fast Skin Após quatro anos de trabalho, que contou com o apoio do Museu de Ciências Naturais de Londres, equipes formadas por técnicos especializados em várias áreas e um grupo de elite de nadadores, todos campeões olímpicos e mundiais, desenvolveu-se o novo maiô para competição. A missão principal era fabricar um produto mais rápido e melhor. O foco que foi tomado foi partir para a observação da natureza. Os estudos direcionaram-se para o tubarão, que é a criatura mais rápida na água, apesar de não ser hidrodinâmico assim como o homem.
Decidiu-se então imitar o desenho do tubarão, sendo que o seu segredo são os dentículos parecidos com aerofólios e sulcos com formato em "V", que têm como função reduzir o arrasto e a turbulência ao redor do corpo. Os dentículos ainda direcionam o fluxo de água sobre o corpo e permitem que a água passe sobre o tubarão de maneira mais eficiente.
O Fast Skin agrega estas características, além de ser um maiô em 3 D (três dimensões). Por dois anos consecutivos efetuou-se em competições por todo o mundo, o escaneamento dos atletas em 3 D. A partir destes dados definiu-se que o maiô não poderia ser plano, e sim ter um volume baseado na média dos corpos dos atletas. O tecido utilizado imita a pele do tubarão e é composto por fibra de nylon com elastano, contando com a máxima elasticidade. Para isto, utiliza 26 pontos para cada 3 cm de costura, e usa 52 cm de linha por cm de costura que é plana. Não há qualquer excesso de tecido, tornando a roupa mais agarrada o possí-vel. O contorno é dinâmico e a mo delagem foi desenvolvida para fazer todos os movimentos. Outras características importantes são o formato que acompanha o movimento do tronco (centro do corpo) e a não alteração na temperatura do corpo humano. Costuras especiais Os músculos, quando trabalham vibram. Este processo natural não pode ser impedido pelo maiô. A solução foi fazer costuras que imitassem os tendões humanos. Desta forma, a costura passou a ser superelástica, executada com um sistema exclusivo que utiliza 20 vezes mais linha que a costura normal. O processo de fabricação de uma peça demora oito vezes mais que uma peça normal. A australiana Alice Mills ajeita o traje antes daprova, no Mundial de natação de Manchester Testes e resultados Apesar de o produto ter sido lançado um pouco antes da Olimpíada de 2000, em Sydney, o Fast Skin começou a ser testado em 1996. Os resultados indicaram que o Fast Skin é 7,5% mais rápido do que qualquer outro modelo testado. O conceito do novo maiô foi totalmente aprovado pela Federação Internacional de Natação (FINA), em novembro de 1999. Imediatamente os resultados começaram a surgir. Na Olimpíada de Sydney, 13 dos 5 recordes mundiais foram quebrados por nadadores que utilizavam o Fast Skin, além de 83% do total de medalhas das provas terem sido conquistados por quem usava este maiô. O sucesso foi repetido novamente no Campeonato Mundial de Natação de 2001, em Furuoka - Japão - quando 87% das medalhas foram conquistadas pelos nadadores que usavam o Fast Skin. O que vem por aí Apesar de todo o sucesso do Fast Skin, a Speedo desenvolveu um produto sucessor, que foi lançado próximo da Olimpíada de 2004, em Atenas. Modelos O Fast Skin está disponível nas versões corpo inteiro com mangas e sem mangas (são as melhores opções), maiô olímpico, bermudas e legskin. Destaque para o fato de o produto não está disponível para crianças. No Brasil, o produto estará disponível em breve. A dúvida atual está entre o próprio LZR e o Tracer Rise, da TYR Sullivan, recordista dos 50 m livres: maiô aprovado Polêmica dos maiôs da natação vai parar na Justiça TYR Sport acusa a Speedo de conspirar com a Federação Norte-Americana de Natação Vestindo o LZR Racer, Libby Trickett bateu o recorde mundial dos 100m livre Traje desenvolvido pela Nasa empurra os limites dos tempos O australiano Eamon Sullivan quebrou o recorde mundial dos 50 m livres, a prova mais rápida da natação. É disputa decidida na explosão. Alguns atletas nem sequer respiram entre as braçadas. Sullivan percorreu a distância em 21s56 e superou a marca mais antiga da natação, do russo Alexander Popov (21s64, de 2000). A proeza aconteceu no campeonato de Nova Gales do Sul, em Sydney, na Austrália. Sullivan, recordista dos 50 m livres: maiô aprovado Sullivan chamou a atenção pelo traje preto e cinza muito apertado. É o ultratecnológico LZR Racer, da Speedo. A roupa foi desenvolvida com ajuda da Nasa, a agência espacial americana seu slogan é a natação entra na era espacial. Em canais aquáticos e túneis de vento semelhantes aos usados na Fórmula 1, cerca de 400 nadadores e modelos testaram 60 tipos de tecido. O resultado é um maiô muito leve e sem costuras, apenas com um zíper nas costas. Segundo a Speedo, a roupa tem 5% menos atrito do que a usada anteriormente. A velocidade final pode aumentar em 4%. francês Alain Bernard conseguiu uma nova marca mundial, com um Maiôs especiais não são novidade na natação, e muitas vezes servem de marketing. Gustavo Borges lembrou, em entrevista ao jornal Lance!, o uso de uma sunga de papel muito fina e apertada nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Na véspera dos Jogos de Atenas, em 2000, a Speedo lançou a Fast Skin, uma versão anterior da LZR. Com o novo traje, três nadadores já quebraram recordes mundiais Kisty Coventry, do Zimbábue, nos 200 m costas, e a americana Natalie Coughlin nos 100 m costas, além de Sullivan. Um brasileiro também já provou a eficiência da roupa. César Cielo melhorou seu próprio recorde sul-americano nos 100 m livres, durante o Grand Prix de Columbia, nos Estados Unidos. Até agora, Cielo está preferindo modelo da Tyr A roupa deverá ser usada em larga escala nos Jogos de Pequim inclusive pelo americano Michael Phelps, o maior nadador da atualidade. Phelps é um dos favoritos a medalha olímpica |
3 comentários:
onde compro esse maiô macacão q vai até o joelho? em maceió? edjack12@ig.com.br
Pensei que a jaked tinha os melhores maios de natacao. Aki ta puxando muito pro lado da speedo.
Acho que estes trajes super tecnológicos deveriam ser proibidos.Inclusive essas bermudas que usam atualmente.Atletas sem recursos ficaram prejudicados e não poderão competir em igualdade.
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