O que é o polimento na natação?
A natação brasileira teve que fazer uma escolha para o ano de 2015.
Os atletas teriam que optar por uma preparação para o Pan ou para o Mundial de Kazan .
No esporte de alto rendimento, é muito difícil um nadador conseguir estar no auge para duas competições com datas tão próximas.
O que impede que um atleta atinja esse nível em dois momentos distintos é o polimento.
Os nadadores fazem treinos pesados durante meses, ficam com os músculos cansados e sentem dores.
Neste período, não conseguem as melhores marcas, mas focam em fazer a preparação adequada para um grande evento.
Quando o torneio vai se aproximando, os treinos ficam mais leves, mas o auge chega, já que estão com a força necessária, sem dores e prontos para competir.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E A
METODOLOGIA UTILIZADA POR TREINADORES Neste período, não conseguem as melhores marcas, mas focam em fazer a preparação adequada para um grande evento.
Quando o torneio vai se aproximando, os treinos ficam mais leves, mas o auge chega, já que estão com a força necessária, sem dores e prontos para competir.
O polimento de uma forma geral é motivo de muitos questionamentos entre estudiosos, treinadores e atletas.
Questões:
- a sua duração
- a dimensão da redução do estímulo de treino
- os mecanismos regulatórios dos prováveis efeitos psicofisiológicos que determinam uma melhoria no rendimento do atleta.
Este fato explica a grande variabilidade de estratégias utilizadas na sua aplicação.
Ao analisar treinadores e a metodologia aplicada na etapa de polimento e confrontá-la com o referencial teórico, notamos que as referências dos trabalhos são similares.
Os mesmos já tiveram experiência com atletas das categorias de nível nacional e internacional.
Redução das cargas de treinamento
Quanto à redução das cargas de treinamento, promovem reduções menores de metragem na preparação de fundistas, argumentando a necessidade de esses nadadores manterem volumes maiores de treinamento até as vésperas da competição principal, sendo que esta peculiaridade não é apontada pela literatura.
Esta coerência teórica quanto à metodologia provavelmente explica o fato de esses treinadores possuírem importantes resultados no cenário da natação nacional e internacional.
Nos últimos anos, o desempenho esportivo vem progredindo significativamente e os resultados estão cada vez mais surpreendentes.
Esse desenvolvimento se deve em boa parte à evolução da ciência do esporte e todas as áreas nela inseridas:
- parâmetros fisiológicos
- técnicos
- táticos
- psicológicos
- nutricionais
- evolução tecnológica, entre outros.
Uma das áreas do conhecimento que também vem contribuindo para a elevação técnica esportiva é a ciência da periodização do treinamento de atletas.
Merece destaque em termos de sua evolução científica enquanto componente integrante do treinamento desportivo, pois vem possibilitando que os atletas atinjam picos de desempenho em períodos pré-determinados da temporada, de forma mais apurada.
Um programa de treinamento periodizado consiste em diversas fases que visam alcançar metas distintas, aprimorando a capacidade atlética de acordo com uma ordem metodológica de desenvolvimento das valências físicas.
A fase final de preparação, precedente à competição principal, denominada polimento, é crucial para este máximo desempenho competitivo.
Mujika e Padilla (2000) definem o polimento como uma progressiva redução não-linear da carga de treino, objetivando diminuir o stress psicofisiológico do treinamento diário e aperfeiçoar o desempenho esportivo.
Dada sua importância, o polimento de uma forma geral, é motivo de muitos questionamentos entre estudiosos, treinadores e atletas.
Questões referentes ao Polimento
Discute-se a sua:
- a duração
- a dimensão da redução do estímulo de treino
- os mecanismos regulatórios dos prováveis efeitos psicofisiológicos
Determinam uma melhora no rendimento do atleta.
Este fato explica a grande variabilidade de estratégias utilizadas na sua aplicação.
Parece não haver um consenso entre cientistas e treinadores, a respeito da melhor estratégia para polir.
Apesar das controvérsias, existem na literatura inúmeras evidências de que a realização do período de polimento, às vésperas das principais competições da temporada, reflete em ganhos significativos de desempenho na natação .
Tais ganhos estão relacionados à melhora de diversos parâmetros psicofisiologicos:
*aumentos de força e potência muscular (CAVANAUGH e MUSCH, 1989; COSTILL et al., 1985; HOOPER et al., 1998; JOHNS et al., 1992; RAGLIN et al., 1996; TRAPPE et al., 2001)
* aumento da capacidade anaeróbica (MAGLISCHO, 1999),
*melhora das variáveis neuromusculares (RAGLIN et al., 1996),
*melhora do perfil hematológico (MUJIKA et al., 1997),
*melhora do perfil hormonal (BONIFAZI et al., 2000; COSTILL et al., 1991; MUJIKA et al., 1996b)
*melhora do estado psicológico (HOOPER et al., 1998; RAGLIN et al., 1996).
Dentre estes fatores, Maglischo (1999) considera a melhora da potência muscular e da capacidade anaeróbica como as principais valências que influenciam a diminuição dos tempos na natação.
Ainda que na literatura exista algum respaldo teórico para os bons desempenhos posteriores ao período de polimento, muitas das estratégias dos treinadores durante esta fase estão fundamentadas também em intuição e experiência prática.
Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi identificar a metodologia aplicada pelos treinadores de natação na etapa de polimento e confrontá-la com o referencial teórico existente.
A velocidade de nado tende a melhorar após o polimento principalmente em função dos ganhos de força e potência muscular (CAVANAUGH e MUSCH, 1989; COSTILL et al., 1985; HOOPER et al., 1998; JOHNS et al., 1992; MAGLISCHO, 1999, RAGLIN et al., 1996; TRAPPE et al., 2001).
Há diferentes fatores de influência nas melhorias de desempenho observada após o polimento (MAGLISCHO, 1999; RAGLIN et al., 1996; HOOPER et al., 1998; RAGLIN et al., 1996; BONIFAZI et al., 2000; COSTILL et al., 1991; MUJIKA et al., 1996a; MUJIKA et al., 1997).
Pesquisas confirmam que realmente as melhoras de desempenho após períodos de carga reduzida de treinamento ou após o polimento, em atletas de modalidades cíclicas, não são uma regra geral (HOOPER et al. 1993; HOOPER et al. 1998; SHEPLEY et al. 1992; WITTING et al. 1989;),
Melhoria da mecânica de nado, não foram encontrados na literatura estudos que comprovam essa tese, embora Raglin et al. (1996) demonstraram que possivelmente exista uma relação de causa e consequência entre a melhora da excitabilidade dos motoneurônios e a melhora da potência anaeróbica de nado, já que ambos contribuíram para a evolução dos desempenhos após o polimento.
Como os mecanismos por detrás destes processos de adaptação ainda não estão desvendados, sugerimos que a maior excitabilidade dos motoneurônios possa de alguma forma, interferir positivamente na qualidade da mecânica dos movimentos do nado.
Por outro lado, Hooper et al. (1998) não encontraram alterações significativas entre os tempos de prova pré e pós período de polimento em nenhum dos grupos analisados, apesar de terem ocorrido melhoras no pico de força da braçada em natação amarrada.
Assim, já que o aumento do pico de força da braçada em nado estacionário não foi acompanhada de melhoras no tempo entre as competições, supõe-se que a mecânica de nado tenha piorado, contrariando as evidências da literatura que apontam uma relação positiva entre o pico de torque e a velocidade de nado nas provas (PICHON et al., 1995).
Adaptações Psicológicas
Os treinadores mencionaram adaptações psicológicas dos atletas durante ou após o período de polimento.
Relataram evoluções na motivação dos atletas como resultado de seus bons desempenhos nos treinos.
Apesar do caráter empírico destas observações, eles parecem estar coerentes com a literatura que aponta menores distúrbios de humor entre os atletas bem sucedidos comparados com outros menos preparados nesta fase de treinamento (GUTTMAN et al., 1984; MORGAN et al., 1987; PRAPAVESSIS et al., 1992).
Este fato demonstra a importância de se aplicar metodologias de duração e carga de treino ótimas para se conquistar adaptações psicológicas positivas dos nadadores seguidas ao polimento, assim como apontado em alguns estudos (HOOPER et al., 1998; HOOPER et al., 1995; COGAN et al., 1991; RAGLIN et al., 1991).
Estratégias metodológicas
Partindo do conceito de polimento na literatura as estratégias metodológicas discutidas pelos autores para promover a citada redução não-linear da carga de treino (MUJIKA e PADILLA, 2000) e confrontá-las com aquelas utilizadas pelos treinadores entrevistados na prática da preparação de seus atletas.
Pontos Relevantes:
- tempo destinado ao polimento no macrociclo;
- redução das cargas de treino durante este período;
- diferenças entre o polimento de nadadores velocistas e fundistas;
- diferenças entre o polimento de homens e mulheres.
Quanto ao tempo de polimento, foi encontrada uma concordância entre os autores que fundamentaram este estudo (COSTILL et al., 1985; COSTILL et al., 1991; D’ACQUISTO et al., 1992; HOOPER et al., 1998; JOHNS et al., 1992; MUJIKA et al., 1995; MUJIKA et al., 1996a; MUJIKA et al., 1996b; TRAPPE et al., 2000).
Todos os protocolos utilizados nestes estudos apresentavam um período entre duas a três semanas com redução progressiva de cargas.
A informação do tempo de duração destinada ao polimento dentro do macrociclo houve a afirmação que um tempo excessivo de polimento pode levar o atleta ao destreinamento.
Redução das cargas de treinamento
Mujika et al. (2000) estudaram a magnitude das adaptações ocorridas durante as três semanas finais às Olimpíadas de Sydney 2000.
Os treinadores afirmaram promover reduções menores de metragem na preparação de fundistas.
Eles argumentaram sobre a necessidade desses nadadores manterem volumes maiores de treinamento até as vésperas da competição principal.
Redução de cargas de atleta fundista durante o polimento proposta por um dos treinadores entrevistados neste estudo.
Quanto à diferença entre o polimento de homens e mulheres, Maglischo (1999) argumenta que os homens necessitam de um período mais demorado de redução de cargas, devido a um nível mais elevado de creatina fosfofrutoquinase (CPK).
Segundo este autor, níveis elevados de CPK sugerem que o treinamento causa maior lesão muscular nos homens, em comparação com o que ocorre nas mulheres.
A metodologia de treinamento foi o ponto discutido neste estudo que os treinadores e referencial teórico estiveram mais afinados.
Nas variáveis:
tempo de polimento e redução de cargas, por exemplo, os treinadores apresentaram metodologias bastante coerentes com a apresentada na literatura.
REFERÊNCIAS
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