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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Nadador norte-americano recorda a luta contra o alcoolismo e como conseguiu reabilitar-se. Aos 30 anos, mostra-se pronto para voltar a fazer história, nos próximos Jogos Olímpicos

Michael Phelps emergiu de "uma fase mesmo muito obscura" onde estava caído há um ano, onde segundo ele  sentia que "não queria viver mais". A dependência do álcool ficou para trás, após 45 dias numa clínica de reabilitação, e o nadador estado-unidense voltou a sentir-se "simplesmente feliz"


A revista Sports Illustrated descreve os passos da sua redenção, agora que ele parece pronto para voltar a (tentar) fazer história, no Rio 2016.


É o próprio Phelps, mais magro e barbudo, já trintão (fez 30 anos em junho), quem conta como nos últimos anos se sentia um peixe fora de água - rendido à bebida e ao jogo, até ser detido pela polícia a conduzir alcoolizado e em excesso de velocidade, em finais de setembro de 2014 - e como, após passar mês e meio em tratamento, voltou outro homem, mais enraizado e de novo com gosto pela natação.


A espiral de decadência começou após os Jogos Olímpicos de Pequim, 
em que o atleta bateu o recorde de medalhas de ouro numa só edição (oito).


 "Depois de 2008, mentalmente, estava terminado. 
Mas sabia que não podia parar de nadar, por isso forcei-me a fazer algo que não queria. Durante quatro anos faltava a pelo menos um treino por semana. 

Pensava: "Que se lixe. Vou ficar a dormir, falto à sexta-feira e assim tenho um fim de semana prolongado..."", recordou.


Começou a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a realizarem-se no Brasil no próximo ano, e Michael Phelps quer mostrar que merece continuar a ser visto como uma referência mundial.
Na recente edição da “Sports Illustratred”, o campeão de natação despe-se de tabus, recordando a fase em que mergulhou nas teias do alcoolismo e pensou mesmo no suicídio. 
A exigência de ser o melhor tinha  conduzido o  a uma depressão sem retorno ou  o salvação.
O fato que o colocou de novo no trilho aconteceu quando foi preso pela terceira vez por conduzir embriagado. 
Nessa altura, resolveu rever prioridades e dar outro rumo à vida, tentando ser um exemplo não só na água como fora dela.
“Realmente estava num lugar escuro e não queria mais estar vivo”, confessou reabilitado pelo tratamento contra o alcoolismo que lhe deu outras perspetivas para o futuro.
“Descobri muitas coisas sobre mim que provavelmente sabia, mas não queria perceber. Uma deles foi que, durante muito tempo, via-me como o atleta que eu era, mas não como um ser humano.
 (Na reabilitação) Pude estar com estranhos que sabem exatamente quem sou, mas não me respeitavam pelo que eu fiz, mas sim pelo que sou enquanto ser humano”.
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Detentor de 22 medalhas olímpicas (18 de ouro), Phelps assumiu-se culpado pelo que aconteceu em Baltimore, em setembro de 2014, quando foi apanhado em excesso de velocidade e alcoolizado. 
Seguiu-se um duro processo de recuperação e a suspensão por seis meses pela Federação norte-americana, ficando de fora do Mundial de Kazan, em agosto desse ano.
O castigo o fez crescer mentalmente, amadurecer e mostrar ao mundo que, por trás do campeão, há um homem que também pode falhar. 
Impedido de competir na Rússia, nadou nos campeonatos nacionais norte-americanos e, em três provas, conseguiu melhores resultados do que os compatriotas que foram a Kazan, recuperando o princípio da motivação deixado em Pequim, nos Jogos Olímpicos de 2008. 
Nessa altura, “mentalmente estava acabado”, assume.
Na entrevista intimista que agora chega ao público confirma o desejo de estar no Rio de Janeiro, já no próximo ano.
 Terá 31 anos e vontade de quebrar um novo recorde: o mais velho a subir ao pódio para receber a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos!
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