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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

POLÊMICA


O drama revelado pela nadadora Joanna Maranhão, que afirmou ter sido vítima, aos 9 anos, de abuso sexual pelo próprio técnico, alerta para o cuidado que os pais devem ter com os filhos atletas.
Foi a própria nadadora, hoje com 20 anos, que fez um emocionado apelo, ao desembarcar ontem na capital pernambucana, após três semanas de treinos na França.
Ela voltou ao Brasil para o enterro de um tio.Joanna Maranhão e sua mãe

Declarou: "A minha mãe trabalhava muito. Ficava muito com ele (o técnico, cujo nome não revelou), era uma relação de confiança. Acho que os pais precisam ser mais presentes, ter uma relação mais aberta com os filhos ."

A mãe da pernambucana, Terezinha Maranhão, reconhece que confiou cegamente no profissional, que era amigo da família.

Senti-me culpada porque, na época, ela chegou a tentar me dizer algo, com muita vergonha. Mas achei que era absurdo, que poderia ter traduzido mal um abraço ou um gesto afetuoso. Os filhos do técnico passavam as férias na minha casa disse ela, revelando que as agressões teriam acontecido na casa do ex-técnico e no próprio clube, o Náutico.

Foto: André Durão
Joana Maranhão na prova de natação dos 400 medley, no Maria Lenk

Atual técnico admite que abusos são comuns  O caso de Joanna, finalista olímpica em Atenas-2004, foi o primeiro a vir à tona na natação brasileira. A pernambucana revelou seu drama publicamente pela primeira vez na última sexta-feira, na França. Foi após anos de sessões de análise que ela começou a se abrir com as pessoas mais próximas. O atual treinador da nadadora acredita que o drama de Joanna não é fato isolado.
"É mais comum do que a gente pensa."

Sempre ouvimos falar de casos em jogos estudantis, nas competições de natação... ressaltou o atual treinador da ex-recordista sul-americana nos 200m medley, João Reynaldo, o Nikita. Joanna me falou pela primeira vez (sobre o abuso) quando ela tinha uns 13 anos. Eu não acreditei na época, mas, depois, o pai dela me disse a história toda.

Nikita, que voltou a treinar Joanna Maranhão após os Jogos de Atenas, e que também prepara Paula Baracho, da seleção brasileira, relembrou momentos difíceis: Nas primeiras viagens, ela não dormia direito. Não ficava relaxada. Isso pode ter afetado muito o desempenho dela.

No Rio, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, não quis se envolver no drama da nadadora e deu versão contrária à de Nikita.

Me recuso a comentar. É um assunto íntimo dela. Em 19 anos à frente da CBDA é o primeiro caso que ouço falar de abuso que um atleta denuncia afirmou o dirigente.

Outros técnicos que trabalharam com a nadadora, no entanto, vivem situação constrangedora.

Acharam que, ao não revelar o nome do agressor, ela expôs todos os treinadores com quem trabalhou.

Sem o nome do acusado, vai sobrar para todos os outros alerta Nuno Trigueiro, treinador de Joanna em Atenas-2004.

O cubano Raúl Fuentes, que trabalhou com a atleta no Sport (PE), é outro que discorda da denúncia parcial da nadadora.

Sabendo do caso por cima, as pessoas acusam qualquer um acrescentou.

A pernambucana, entretanto, diz que resolveu tornar público o caso apenas para alertar as pessoas, não para acusar o extécnico ou levar o caso à Justiça: É uma ferida para o resto da vida. Uma ferida aberta que sempre vai sangrar. Tem dias que vai doer mais, tem dias que vai doer menos afirmou. Comecei a pesquisar e vi que nenhuma criança se recupera completamente depois de um abuso. Mas tem muita gente que passa por coisas piores.

Joanna Maranhão quer deixar a polêmica de lado e focar a busca pela vaga olímpica

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Satiro SodréO alerta, contudo, pode ter sido uma estratégia adotada por um psicólogo, de quem teria partido a orientação para a nadadora revelar o caso de assédio e tirar um fardo das costas. Joanna Maranhão, que não consegue repetir os tempos obtidos nos Jogos da Grécia, vem fazendo terapia há três anos. Ela está a pouco mais de dois segundos do índice para Pequim, tanto nos 200m medley, quanto nos 400m do mesmo estilo. Há quatro anos, ela conseguiu a meta com certa facilidade.

Joanna Maranhão admitiu que poderia levar o nome ao Conselho Regional de Educação Física de Pernambuco, caso a entidade prometesse guardar sigilo. A chefe de fiscalização do CREF-PE, Rosângela Albuquerque, afirmou que só pode tomar alguma atitude se houver investigação policial e se o acusado for condenado.

Ela explicou que nunca houve uma acusação formal a professores de educação física em Pernambuco.

Só algumas acusações sem provas. Mas aí não podemos fazer nada. Cabe à polícia.

Apesar de toda repercussão, aliada à morte de um tio na semana passada, Joanna acredita que ainda pode conquistar sua principal meta na temporada: a vaga em Pequim. Ela até se diz mais forte com as críticas que vem sofrendo, após a revelação do caso, por parte de torcedores do Náutico e em sites de relacionamento e de treinadores de natação.

Não falo mais nisso. Quero ver agora as manchetes Joanna consegue o índice olímpico disse a nadadora, que não quis falar após o treino da tarde, no Clube Português.

Atualmente o professor Eugênio Miranda já teve seu nome divulgado na imprensa e em consequência foi afastado da escola onde trabalhava como professor por tempo inderteminado, mesmo não sendo feita uma denúncia ou aberto um boletim de ocorrência oficialmente.

Casos de abuso não são específicos dessa profissão, infelizmente como em qualquer área que lide com relacionamento com menores pode sim ocorrer indivíduos com comportamento criminoso como pedofilia, porém devemos investigar muito seriamente pois a história já demonstrou que mal entedidos podem acabar com muitas carreiras e vidas, lembrem se do caso da escola Base em sp.
Na última semana o mesmo entrou com processo contra a atleta por calúnia e difamação.

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