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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Wada investiga natação e não descarta exclusão completa da Rússia do Rio-2016

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou nesta segunda-feira a abertura de investigações sobre o doping nas equipes de natação na Rússia – a China também está sendo investigada. Além disso, o presidente da agência, Craig Reedie, declarou que não estaria descartada uma exclusão completa do país dos Jogos Olímpicos no Rio.
O ex-presidente da Wada e autor do informe que revelou os esquema de doping do atletismo da Rússia com o apoio do Estado, Dick Pound, deixou claro em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times que uma exclusão completa “não seria impossível”.
A Associação Internacional das Federações de Atletismo anunciou a exclusão dos atletas russos do evento no Brasil, depois de considerar que Moscou não dá garantias de que seus atletas não estejam dopados. O Comitê Olímpico Internacional (COI), no fim de semana, declarou seu apoio às medidas e, nesta terça-feira, em Lausanne, realiza uma reunião de emergência para debater como atletas “inocentes” podem participar da Olimpíada.
Segundo o vice-presidente do COI, John Coates, não existe chance de um retorno completo do atletismo da Rússia ao evento no Rio. “Não há um questionamento sobre isso”, disse.


Agora é vez da Natação...
Mas, entre os dirigentes consultados pelo Estadão.com, também não se exclui que o caso ganhe novas proporções. Segundo Reedie, a Wada abriu investigações sobre suspeitas de doping sistemático entre os nadadores russos, além dos chineses.
Além disso, uma investigação está em sua fase final sobre a situação do laboratório de Sochi, usado nos Jogos de Inverno de 2014, e que teriam sido alvo de ampla manipulação por parte dos dirigentes. A tarefa está com o canadense Richard McLaren. O documento será apresentado no dia 15 de julho.
Mas as primeiras evidências coletadas pelos investigadores apontam como o Ministério dos Esportes da Rússia “orquestrou” a manipulação, inclusive para o Mundial de Atletismo de 2013.
“Se esse informe indicar transgressões de qualquer tipo, então teremos a oportunidade de demonstrar nosso compromisso coletivo em limpar o esporte”, disse Reedie.
O caso do doping russo tem se transformado em um dos principais escândalos do esporte mundial nos últimos anos. Desde a eclosão das informações, há dois anos, dois funcionários de alto escalão dos laboratórios morreram de forma misteriosa.
Um outro, Grigory Rodchenkov, ex-chefe do laboratório russo, foi obrigado a fugir para Los Angeles e, numa entrevista a jornais norte-americanos, revelou como ele trocava a urina dos atletas que seriam testados. Ele também deixou claro que contou com a ajuda de pessoas que trabalhavam para os serviços de inteligência no governo russo.
Nos últimos dias, atletas russos afetados pela exclusão, como Yelena Isinbayeva, têm declarado que as medidas contra a Rússia possuem “caráter político” e são “violações de direitos humanos”. Vladimir Putin, presidente russo, garantiu que “não existe doping de Estado” em seu país.

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