Com Daniel Dias como exemplo, Juan Ignacio Reyes quer aumentar sua coleção de quatro medalhas Paralímpicas de ouro nos 50m costas S4
Poucos têm a história de um tetracampeonato Paralímpico para contar, e Juan Ignacio Reyes é um desses felizardos.
O nadador subiu no degrau mais alto do pódio para ouvir o hino do México nas últimas quatro edições de Jogos Paralímpicos (Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012), sempre após vencer os 50m costas da classe S4 - mas se engana quem pensa que ele já se cansou desta sensação.
Aos 33 anos, as atenções do mexicano estão totalmente voltadas para os Jogos Rio 2016, com um objetivo claro: manter o reinado da prova e pendurar a quinta medalha Paralímpica de ouro no pescoço.
"Seria maravilhoso chegar ao pentacampeonato e, dizem por aí, eu seria um dos poucos atletas no mundo a alcançar este feito. É claro que gostaria de fazer história, seria bom para mim e para o meu país", afirmou Reyes, em entrevista exclusiva para o site rio2016.com.
A natação é um dos esportes Paralímpicos que divide os atletas em classes; a S4, de Reyes, é destinada a atletas com amputação em três membros.
O mexicano perdeu ambos os braços e a perna esquerda aos cinco anos, vítima de uma doença chamada púrpura. Nada que o tenha impedido de ter uma trajetória de grande sucesso.
"Seria a quinta edição dos Jogos em que eu representaria o México. É uma honra, algo a que dou muito valor. E não importa se é a primeira ou a quinta edição, sempre será uma grande experiência participar de eventos como esse", afirmou.
Rio 2016 serán los quintos Juegos Paralímpicos para Reyes (Foto by Gareth Copley/Getty Images)
No último mundial, disputado em Glasgow, Reyes foi medalhista de prata na prova que é sua especialidade: Roman Zhdanov, de apenas 17 anos, o superou por 1,04s, com a marca de 43,81s. O tempo do jovem atleta russo ainda está atrás do recorde mundial de 42,71s anotado por Reyes em Pequim 2008, mas impediu o mexicano de repetir seu título mundial conquistado em Montreal 2013. Ao mesmo tempo em que considera natural o surgimento de atletas mais jovens e mais talentosos, Reyes está confiante de que sua experiência pode fazer a diferença na hora da decisão.
"A medalha de prata em Glasgow dá esperança ao ouro Paralímpico, pelo tempo, pela marca alcançada. Não ganhei de Zhdanov, mas está claro que não estamos muito distantes. Não é impossível ganhar dele, então vamos trabalhar para defender o título Paralímpico", disse.
"A idade também traz desvantagens, todo mundo encontra dificuldades com o passar do tempo. O atleta que venceu em Glasgow tem 17 anos, eu tenho 33. Ainda assim, a disputa foi acirrada. Com mais idade, a fadiga chega mais rápido. Mas é aí que também entra a maturidade mental, com o poder de minimizar os esforços e menajá-los da melhor maneira", explicou.
Com um atleta brasileiro como exemplo, o veterano Reyes também destacou a importância não só de inspirar os atletas mais jovens, mas também de aprender com eles.
"Daniel Dias é um nadador fora de série e muito novo. Tive a oportunidade de assistir ao seu treino cidade de Tenerife, e era muito intenso, com séries muito fortes e de alto rendimento. Os mais jovens me inspiram muito, aprendo com eles e os ajudo também. Eles me admiram muito por todo o esforço que fazem em sua preparação e por toda a força que têm", ressaltou.
As disputas Paralímpicos da natação acontecem no Estádio Aquático Olímpico, no Parque Olímpico da Barra. As entradas para os Jogos Paralímpicos já estão à venda e os pedidos podem ser enviados até o dia 30 de setembro noportal de ingressos.
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