O que tem de comum entre a holandesa Eindhoven, a sul-africana Durban e a argentina Mar del Plata? Se você pensou que não há nada, se enganou. A brasileira Edênia Garcia foi campeã dos 50 m costas nos três Mundiais Paraolímpicos de Natação. Embaixadora da natação feminina no Brasil, Edênia encontrou nas piscinas um universo novo para sua vida, algo que também recomenda a outras mulheres.
Edênia posa com o primeiro ouro entre as mulheres brasileiras
Foto: Beto Monteiro/Exemplus/Divulgação
"Represento um pouco das meninas", diz ela antes de fazer uma convocação.
"Que as nadadoras topem o trabalho árduo todos os dias. É preciso deixar coisas de lado para se dedicar à natação. Ser atleta tem uma rotina que você precisa largar para ter foco". Até aqui, Edênia é dona de um ouro, uma prata (em revezamento) e um bronze em Eindhoven.
Convocar mais participantes para o esporte paraolímpico é algo constante no discurso dos atletas. Ponto falho na equipe brasileira, o time feminino ganha em Edênia um ícone, o que é sempre fundamental. "O trabalho aqui é difícil. Mas para quem gosta e ama o esporte, e que não conhecem, que procurem conhecer. A recompensa é bem maior. Para melhorar o Brasil e para as pessoas portadoras de deficiência, precisamos de mais gente trabalhando".
Nas piscinas, a saída para tudo
Para a potiguar Edênia, 23 anos, vencer as dificuldades é um processo diário. Basta acordar e elas estão aí. Tricampeã mundial de forma consecutiva, feito inédito entre mulheres na natação paraolímpica do Brasil, ela tem polineuropatia sensitivomotora. Há nove anos, encontrou nas piscinas a união do útil ao agradável.
"Comecei a nadar como um tratamento. Tenho deficiência degenerativa, são duas forças. A doença tenta progredir, me piorar, e tento nadar o mais e o melhor possível para ir contra isso. Esse foi o foi o único tratamento que encontrei, não há outra saída que cure e me dê qualidade de vida melhor".
O que devia ser um tratamento também virou um grande negócio. Dos Jogos Regionais em 2001 ao Mundial de Mar del Plata, no ano seguinte, Edênia deu um salto de qualidade enorme. Conquistou o ouro, não parou mais e não pretende parar tão cedo.
Edênia ordena as metas que tem em seu caminho. "Quero o tetra! Mas antes disso também tem Londres, que é o foco maior. Com 23 anos, claro que também dá para chegar no Rio de Janeiro", confirma.Edênia Garcia deu o primeiro ouro das mulheres ao Brasil
Foto: Beto Monteiro/Exemplus/Divulgação
O Brasil já acumula 11 medalhas no Mundial Paraolímpico de Natação em Eindhoven, na Holanda. Daniel Dias e Edênia Garcia, ambos nos 50m costas, conquistaram o ouro de forma absoluta. Pouco depois, Andre Brasil também venceu os 100m livre, enquanto Phelipe Andrews foi bronze na mesma decisão.
A primeira a vencer foi Edênia Garcia, que já havia conquistado um bronze na segunda-feira. Bem à frente das demais adversárias, ela conquistou o primeiro lugar na classe S4. É o primeiro das mulheres brasileiras na Holanda.
Grande astro da delegação brasileira até aqui, Daniel Dias segue em seu ritmo irretocável. Na classe S5, liderou de ponta a ponta e por 63 centésimos não quebrou o recorde mundial, ficando com 35s67. Foi seu terceiro ouro em três provas individuais - nas duas anteriores, Daniel havia cravado o melhor índice da história.
A vitória de Daniel ainda abre mais uma vaga para o Brasil nos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012.
No ritmo que segue, Daniel Dias se aproxima do objetivo pessoal de sete medalhas de ouro em sete provas individuais no Mundial de Eindhoven. Ele ainda soma uma prata, conquistada na segunda-feira em revezamento.
Em seguida, Andre Brasil não deixou por menos e conquistou seu segundo ouro em três provas - ele também tem uma prata. Nadando na raia 4, venceu os 100m livre da classe S10 e ainda quebrou o recorde mundial com 50s87.
Andre foi seguido por Felipe Andrews, que atingiu 53s59 e arrancou um bronze.
É isso aí Braçada por braçada seguiremos em frente!!!
Parabéns a todos!
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