LONDRES - O esforço para oferecer uma moderna piscina que ajudasse os atletas a quebrar recordes nos Jogos Olímpicos de Londres foi recompensado.
Se esteve longe dos números de Pequim, a natação termina com um saldo positivo de 34 recordes quebrados após as últimas provas realizadas no Centro Aquático.
Foram nove marcas mundiais superadas e 25 olímpicas.
Em Pequim-2008, 91 recordes foram quebrados, sendo 63 olímpicos e 28 mundiais.
O número de recordes mundiais é muito maior do que o que foi superado nos últimos dois anos e meio desde que os supermaiôs foram banidos pela Federação Internacional de Natação (Fina).
Desde a proibição do equipamento que ajudava o nadador a diminuir o atrito com a água e, consequentemente, melhorar as suas marcas, apenas dois recordes tinham sido quebrados: 200m medley e 1.500m. Ambos no masculino.
Dessa vez, os 1.500m também teve sua marca superada.
O chinês Sun Yang cravou 14m31s02.
Agora o moderno Centro Aquático também celebra novos recordes nos 100m e 200m peito masculino e nos 200m peito (duas vezes), 100m borboleta, 400m medley, 200m costa e no revezamento 4x100m medley feminino.
A maior responsável pelo número de recordes foi a delegação dos Estados Unidos.
A equipe que terminou com 30 medalhas, sendo 16 de ouro, oito de prata e seis de bronze, produziu 15 recordes, sendo dez olímpicos e cinco mundiais.
Enquanto superava marcas, um dos seus nadadores fazia história. Com seis medalhas em Londres (quatro de ouro e duas de prata), Michael Phelps encerrou sua carreira olímpica com 22 medalhas (18 de ouro) e se tornou o maior medalhista olímpico de todos os tempos.
Os recordes da natação em Londres:
Mundial:
1- 100m peito masculino - Cameron van der Burgh - 58s46
2- 200m peito masculino - Daniel Gyurta (Hungria) - 2m07s28
3- 1.500m masculino - Sun Yang (China) - 14m31s02
4- 200m peito feminino - Rebecca Soni (EUA) - 2m20s
5- 200m peito feminino - Rebecca Soni (EUA) - 2m19s59
6- 100m borboleta feminino - Dana Vollmer (EUA) - 55s98
7- 400m medley feminino - Shiwen Ye (China) - 4m28s43
8- 200m costa feminino - Missy Franklin (Estados Unidos) - 2m04s06
9- revezamento 4x100m medley feminino - Estados Unidos - 3m52s05
Olímpico:
1- 400m livre masculino - Sun Yang (China) - 3m40s14
2- 100m costa masculino - Matthew Grevers (EUA) - 52s16
3- 200m costa masculino - Tyler Clary (EUA) - 1m53s41
4- 100m peito masculino - Cameron van der Burgh (África do Sul) - 58s83
5- 100m peito masculino - Cameron van der Burgh (África do Sul) - 58s46
6- 200m peito masculino - Daniel Gyurta (Hungria) - 2m07s28
7-1.500m masculino - Sun Yang (China) - 14m31s02
8- 100m livre feminino - Ranomi Kromowidjojo (Holanda) - 53s05
9- 100m livre feminino - Ranomi Kromowidjojo (Holanda) - 53s
10- 200m livre feminino - Allison Schmitt (EUA) - 1m53s61
11-400m livre feminino - Camille Muffat (França) - 4m01s45
12-100m costa feminino - Emily Seebohm (Austrália) - 58s23
13-200m peito feminino - Rebecca Soni (EUA) - 2m20s
14-200m peito feminino - Rebecca Soni (EUA) - 2m19s59
15-100m borboleta feminino - Dana Vollmer (EUA) - 56s25
16-100m borboleta feminino - Dana Vollmer (EUA) - 55s98
17-200m borboleta feminino - Liuyang Jiao (China) - 2m04s06
18-200m medley feminino - Shiwen Ye (China) - 2m08s39
19-200m medley feminino - Shiwen Ye (China) - 2m07s57
20-400m medley feminino - Shiwen Ye (China) - 4m28s43
21-revezamento 4x100m livre feminino - Austrália - 3m33s15
22-revezamento 4x200m livre feminino - Estados Unidos - 7m42s92
23-200m costa feminino - Missy Franklin (Estados Unidos) - 2m04s06
24-50m livre feminino - Ranomi Kromowidjojo (Holanda) - 24s05
25- revezamento 4x100m medley feminino - Estados Unidos - 3m52s05
E o Brasil Como foi?
Natação brasileira fica sem ouro e com menos finais que em Pequim
Modalidade apontada como uma das possíveis maiores fontes de medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos, ao lado de esportes como judô e vôlei, a natação deixa Londres com uma participação abaixo das expectativas. Apesar da prata inédita de Thiago Pereira, o País ficou sem nenhum ouro - favoritíssimo nos 50 m livre, Cesar Cielo levou o bronze - e chegou a menos finais que em Pequim 2008. O investimento no esporte aumentou, mas o cenário empolga pouco para o Rio 2016.
Na Olimpíada da China, as duas medalhas brasileiras foram o ouro e o bronze de Cielo nos 50 m e 100 m livre, respectivamente. O nadador, então com 21 anos, era apontado como promessa e saiu de Pequim coberto de glória. Em Londres, a situação foi inversa: já consolidado como astro, o velocista ficou apenas em sexto nos 100 m livre e perdeu o título nos 50 m. O desempenho inesperado de Cielo faz com que o nadador mais bem-sucedido do Brasil em Londres seja Thiago Pereira, que conseguiu sua primeira medalha olímpica com a prata nos 400 m medley.
Além dos pódios de Cielo e Thiago, outro ponto positivo que sai de Londres é o desempenho de Bruno Fratus. Aos 23 anos, em sua primeira Olimpíada, ele mostrou evolução e terminou em quarto na final dos 50 m livre, alimentando esperanças para 2016. Por outro lado, um nome que chegou carregado de expectativas de medalha e decepcionou foi Felipe França, que nem chegou à final dos 100 m peito.
Atletas jovens que prometiam bons desempenhos, como Leonardo de Deus (200 m costas e 200 m borboleta) e Felipe Lima (100 m peito), também ficaram longe de suas finais. Os revezamentos, que nadaram sem Cielo, também falharam nas tentativas de classificação. E Kaio Márcio, finalista dos 200 m borboleta em Pequim, caiu duas vezes nas eliminatórias, fechando uma participação para ser esquecida em Londres.
No feminino, a situação foi ainda pior: se em 2008 Gabriella Silva alcançou a final dos 100 m borboleta, desta vez o máximo foi a semifinal de Joanna Maranhão nos 200 m medley. A atleta pernambucana ainda ficou sem a chance de nadar os 400 m medley depois de passar mal e desmaiar na manhã da eliminatória. Promessa nas provas de velocidade, a jovem Graciele Herrmann nadou mal e também caiu na classificatória dos 50 m livre.
No balanço geral, a sensação é de que o Brasil ainda não tem novos talentos mundiais. Com exceção de Cesar Cielo e Thiago Pereira - que nadaram bem, mas não o suficiente para um ouro - os velhos nomes decepcionaram, como Felipe França e Kaio Márcio. Já as promessas sentiram a pressão e não mostraram seu potencial. Até que cheguem os Jogos do Rio de Janeiro, o trabalho terá que ser redobrado para causar impacto em 2016.
Pequim 2008
2 medalhas masculinas: ouro nos 50 m livre (Cesar Cielo) e bronze nos 100 m livre (Cesar Cielo)5 finais masculinas: 50 m livre (Cesar Cielo), 100 m livre (Cesar Cielo), 200 m borboleta (Kaio Márcio), 200 m medley (Thiago Pereira) e 400 m medley (Thiago Pereira)1 final feminina: 100 m borboleta (Gabriella Silva)
Londres 2012
2 medalhas masculinas: prata nos 400 m medley (Thiago Pereira) e bronze nos 50 m livre (Cesar Cielo)5 finais masculinas: 50 m livre (Cesar Cielo e Bruno Fratus), 100 m livre (Cesar Cielo), 200 m medley (Thiago Pereira) e 400 m medley (Thiago Pereira)
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