Federação de natação coloca maiôs e recordes sub judice

Nos últimos meses, a comemoração de recordes mundiais na natação foi algo comum.
Foram 126 novas marcas nos últimos 15 meses. Na maioria das ocasiões, os nadadores vestiam trajes tecnológicos.


Alain Bernard X-Glide

A Fina (Federação Internacional de Natação) colocou vários desses recordes sub judice ao não aprovar 146 de 348 trajes analisados por uma comissão formada pela entidade especificamente para tratar dessa questão.

Não aparecem na relação dos aprovados os badalados Jaked, do fabricante de mesmo nome, e o X-Glide, da Arena.
Esses trajes participaram do rompimento de duas barreiras históricas da natação.

Em abril, com o X-Glide, o francês Alain Bernard se tornou o primeiro a nadar os 100 m livre abaixo de 47 segundos ao completar a prova mais badalada da natação em 46s94.

No mês passado, o também francês Frederik Bousquet, vestindo o Jaked, fez 20s94 nos 50 m livre e se tornou o primeiro homem a superar a distância em menos de 21 segundos.

Fred Bousquet com o traje Jaked

O Brasil também se beneficiou dos novos trajes.
Felipe França, com o Jaked, tornou-se o mais veloz do mundo no peito ao nadar os 50 metros em 26s89, no início do mês, no Maria Lenk, no Rio.

Agora, porém, os nadadores estão em compasso de espera e não sabem nem se poderão utilizar esses trajes no Mundial de Roma, que acontece em julho.

A Fina anunciou que 136 dos 146 trajes que não aparecem na lista dos aprovados divulgada ontem terão até o dia 19 de junho para fazer correções e passar por nova avaliação --os outros dez já estão descartados.

A questão dos recordes obtidos com as vestimentas sub judice deve ser analisada pelo Comitê Executivo da Fina em reunião no dia 2 de julho, de acordo com o presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes Filho, que é membro da federação internacional.

"Não tenho a menor ideia do que vai ser decidido", afirmou o dirigente. "Mas acho que é um absurdo tirar esse recorde, já que, no momento em que foi estabelecido, não havia nada contra", afirmou Coaracy Nunes, especificamente sobre o caso da marca dos 50 m peito.
A federação francesa emitiu comunicado que diz que, até a decisão da Fina, os maiôs não aprovados estão banidos das competições no país.

A posição sobre os recordes é a mesma da CBDA. "Vamos acompanhar a implicação das medidas sobre a homologação dos recordes e nos empenhar para que os atletas tenham suas performances ratificadas", afirma o comunicado francês.
Para evitar uso de trajes fora da lista aprovada durante o Mundial de Roma, em julho, a federação internacional pretende fazer uma inspeção nos maiôs antes da competição.
Fonte: Folha Online

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