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domingo, 13 de setembro de 2009

Tumores ósseos x Natação

Natação, o esporte supremo
Em 85% dos casos de tumores ósseos da infância e adolescência, não é necessário a amputação, o que significa que a maioria se submete à retirada do tumor e à colocação de uma prótese para preservar o membro.
"Desde que esteja vestido, ninguém percebe que o paciente foi operado e tem uma prótese", diz dr. Reynaldo Jesus-Garcia, chefe do setor de ortopedia oncológica da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto de Oncologia Pediátrica.
Segundo ele, com o tratamento, em muitos casos, os pacientes conseguem andar, porém, por recomendação médica não vão poder sobrecarregar a prótese para não diminuir seu tempo de vida útil.
São casos como estes que a prática da natação, especialmente, passa a ter um papel de destaque na recuperação dos pacientes submetidos à terapia contra o câncer ósseo.
"O melhor esporte é a natação porque proporciona ao paciente um desenvolvimento de toda a musculatura e do próprio esqueleto sem colocar a carga de peso nas articulações", explica.
Oque é Osteossarcoma -

O osteossarcoma é o mais comum dos tumores malignos primários dos ossos.
Tem preferência pelo sexo masculino;
Incidindo principalmente, em crianças e adultos jovens;
Podendo ocorrer em qualquer osso ou mesmo em partes moles;
Mas na maioria das vezes, acomete o úmero e a tíbia proximais e o fêmur distal.
A dor e/ou aumento de volume locais são os primeiros sintomas.
O diagnóstico precoce é fator importante para o prognóstico e o uso de cirurgias preservadoras do membro, o que nos obriga a afastar a possibilidade de osteossarcoma em qualquer criança ou adulto jovem que apresente dor, principalmente, nas porções proximais do úmero e tíbia do fêmur distal.
Cerca de 80% dos pacientes já tem doença distante por ocasião do diagnóstico.
A partir da década de 70, o uso da quimioterapia com drogas efetivas no osteossarcoma não-metastático, passou a ser método rotineiro na estratégia do tratamento, nos grandes centros especializados.
Com essa abordagem multidisciplinar, o número de cirurgias conservadoras aumentou e as taxas de sobrevida livre de doença passaram a ser de 50 a 70%.
O Hospital A. C. Camargo é pioneiro no tratamento multidisciplinar, com índices de sobrevida comparáveis àqueles dos melhores centros do mundo.
Não há diferença estatisticamente significativa nos índices de sobrevida dos pacientes submetidos à cirurgia conservadora, quando comparados às cirurgias com perda do membro. Esse estudo pioneiro em nosso meio, além de mostrar a factibilidade do método, permitiu melhora expressiva na sobrevida e qualidade de vida.

O segredo para se fazer cirurgia conservadora, sem perda de membro, é o diagnóstico precoce.
O Hospital A. C. Camargo é, também, pioneiro na realização das hemipelvectomias internas totais; ou seja, cirurgia em que se retira todo o osso ilíaco em monobloco com o tumor e preserva o membro, assim como, também da cirurgia de Tikhoff-Linberg, o­nde se retira a escápula, úmero proximal, parte da clavícula em monobloco com o tumor, preservando-se o braço.
Esses tipos de cirurgias são muito gratificantes pela excelente qualidade de vida, quando comparados às amputações interílioabdominal e interescapulotoráxica, o­nde os pacientes perdiam os membros.
Hoje, com o tratamento agressivo, usando-se várias drogas, cerca de 60% a 70% dos pacientes com osteossarcoma, sem doença metastática, podem ser curados.
Os progressos na cirurgia o­ncológica ortopédica proporcionam a alternativa de poupar o membro em pelo menos metade dos pacientes com esse tumor.
O segredo para a cura e preservação de membro está no diagnóstico precoce.
No entanto sabe-se que durante a quimioterapia não é possível liberá-lo para praticar o esporte.
Assim como também para aquele que acabou de concluir a quimioterapia.
É recomendado aguardar de três a seis meses para que a criança ou adolescente obtenha uma melhora do seu sistema imunológico.
Durante todo o esquema quimioterápico, o paciente fica com a imunidade comprometida, só voltando a restituí-la nesse período.
Sem poder temporariamente praticar a modalidade esportiva, a orientação é encaminhar a criança para a fisioterapia de solo.
Dr. Jesus-Garcia explica que nos tumores ósseos é necessário dividir o tratamento em duas épocas: antes e depois da cirurgia.
Em geral, o primeiro procedimento é iniciar a quimioterapia que leva aproximadamente três meses.
Na fase da químio pré-operatória, com o tumor presente, mesmo que diminuindo a cada dia, o paciente costuma sentir dor, além da articulação e movimentos ficarem limitados.
Assim, a conduta é procurar retirar a carga de peso sobre o osso, ou seja, o paciente passa a andar de muletas.
Nos serviços especializados, como o Instituto de Oncologia Pediátrica, de imediato, o paciente vai para o setor de fisioterapia para preparar o membro para a reabilitação no pós-operatório.
As atividades aquáticas ajudam no desenvolvimento do membro e, geralmente, na articulação do joelho, podendo haver até uma hirpertrofia da musculatura.
De acordo com o especialista, 80% dos tumores acometem o membro inferior, apenas 15%, o membro superior e 5% a coluna, portanto a grande preocupação é com o membro inferior. A cirurgia vem depois quando, finalmente, o paciente passa mais seis meses fazendo a quimioterapia pós-operatória.
O paciente deve restabelecer seu sistema imunológico para voltar às raias da piscina.
Dr. Jesus-Garcia explica que a natação é o único esporte indicado porque, por exemplo, uma prótese num joelho da criança tem uma durabilidade mínima de 10 anos, podendo chegar até 15 anos sem dar nenhum problema, se ela não fizer um esporte de trauma.
"Não posso deixar esta criança jogar volei ou basquete. Ela só pode fazer natação", diz, acrescentando que como qualquer máquina ou peça mecânica que tem um determinado número de ciclos, quanto maior o uso, maior o desgaste.
Toda prótese colocada no joelho, tornozelo ou quadril terão alguns componentes que são as articulações de polietileno, que sofrerão com o tempo algum desgaste.
Também o metal da prótese sofre uma certa fadiga como qualquer metal, automóvel ou máquina.
"Queremos que a necessidade de trocar esses componentes ocorra o mais tardiamente possível", argumenta.
Com próteses e amputados
O paciente que será amputado também fará três meses de quimioterapia antes da cirurgia.
E a natação é, por excelência, o esporte mais indicado para ele, que logo aprenderá a nadar sem o membro.

Isso ocorre sempre a partir de três a seis meses do ciclo de quimioterapia pós-operatória. "Durante esta fase, só exercício no solo", frisa o médico.
Quando o tumor está localizado no
membro superior, os pacientes podem fazer esteira e reabilitação física, e terminam desenvolvendo bastante o membro inferior.
"Com o membro superior eles só devem fazer uma movimentação mínima, que permita manter os músculos em atividade".

Se por um lado a amputação é um trauma maior, a partir do momento que o paciente passa a usar a prótese, por outro é liberado para praticar diversos esportes, além da natação.
"Quanto mais baixa é a prótese melhor, pois o paciente consegue jogar tênis, basquete ou volei. Se a prótese é a cima do joelho, fica mais difícil.
Mas, por exemplo, é possível jogar um esporte em que ele fique parado usando os membros superiores". O especialista explica porém que, no caso do paciente amputado, ele vai, na verdade, receber a permissão médica para fazer qualquer esporte desde que consiga.
Outro caso
Após Pequim, nadador dos EUA passará por cirurgia de câncer
O norte-americano Eric Shanteau, de 24 anos, competiu em Pequim nos 200m peito e ficou em 10.º lugar
Eric Shanteau não conseguiu vaga na final dos 200 metros peito, no Cubo D'Água, em PequimPEQUIM - Depois de adiar uma cirurgia de câncer para competir na Olimpíada de Pequim, o nadador norte-americano Eric Shanteau vai "mandar isso para o inferno", como disse o próprio atleta, especialista no nado peito, nesta quarta-feira.
Aos 24 anos, diagnosticado com câncer no testículo em junho, uma semana antes de competir nas seletivas norte-americanas, o atleta não entrou na final dos 200 metros peito dos Jogos, acabando em sexto na sua semifinal e em 10.º no geral, no Cubo D'Água.

"Foi meu melhor tempo, mas é óbvio que estou frustrado por não ter ido à final. Queria estar lá, e brigar por medalha", disse Shanteau.
"Mas não vou deixar isso me abater, porque tenho uma batalha muito maior para enfrentar. É duro para mim não ter tido chance de tentar uma medalha."
Nota: O norte-americano Eric Shanteau ficou com a primeira posição no Mundial de Roma 2009.


Eric Shanteau tinha nadado a final dos 200 metros medley menos de uma hora antes da semifinal dos 200 metros peito, mesmo assim vez a marca de 2min07s42, ainda que longe do recorde mundial do japonês Kosuke Kitajima, o cansaço não atrapalhou o norte-americano.

Alexandre Pato já virou livro no futebol italiano.
O jogador do Milan é investigado no “Porque Pato - a história de um futuro craque”, que mostra a vida deste jovem de 19 anos que é uma estrela planetária do futebol.
Segundo a autora, Giancarla Tenivella, o seu tumor ósseo na infância lhe deu uma maturidade precoce que lhe faz driblar o deslumbramento, uma perigosa armadilha de um profissional da sua projeção.





Enviado por portal oncopediatria Martin Petty/- REUTERS Mark J. Terrill/AP

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