A ciência ajuda a entender por que alguns horários são melhores que outros para se exercitar
O relógio do corpo
Muitos praticantes de atividade física melhoram sensivelmente quando alteram seu horário de malhação.
O horário do dia em que se pratica a atividade física pode ser decisivo tanto para o desempenho como para os objetivos de quem prática.
Os profissionais da área — médicos, fisiologistas, preparadores, técnicos — estão cada vez mais atentos às particularidades dessa questão e já não hesitam em recorrer à cronobiologia para orientar pupilos e clientes.
A ciência, que data de meados dos anos 1960, mas que ganhou fôlego nos anos 1990, examina como os seres vivos se adaptam aos períodos de presença e ausência de luz, o chamado relógio biológico.
É esse relógio, situado em um dos núcleos do hipotálamo, no cérebro, e que funciona para ade quar a função desempenhada de acordo com a hora do dia e da noite, que determina, entre outros, as flutuações de hormônios, as variações de temperatura do corpo e o próprio sono.
QUE PREGUIÇA...
O exemplo mais clássico desse mecanismo é o soninho que toma conta de todos depois do almoço.
Guiado pelo relógio biológico, o organismo deixa de produzir hormônios responsáveis pelo estado de alerta para centrar fogo na produção de substâncias que participam do processo de digestão.
Nesse instante, o corpo baixa a temperatura e envia mais sangue para o aparelho digestivo, fazendo com que, se por um lado sintamos sono, por outro nos deixa mobilizados para o que é importante naquele momento, ou seja, digerir os alimentos.
Alguns Nadadores não tem muita opção quanto o horário para nadar, sendo após o almoço a melhor saída é uma refeição mais leve antes da prática e alimentar-se mais após a atividade.
Segundo Renato Romani, professor de medicina do esporte do Cemafe, Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte, ligado à Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, dois são os fatores que determinam qual o melhor horário para fazer exercício.
Os ambientais
- como a temperatura,
- luz e a umidade do ar,
E os internos
- que estão ligados a processos fisiológicos
- entre eles, por exemplo, a produção de hormônios.
A temperatura é mais amena e, para quem mora em centros urbanos, a poluição é muito menor do que em outros horários do dia.
Entretanto, nas primeiras horas do dia ocorre um aumento na produção do cortisol, o chamado hormônio do estresse.
A substância ajuda a ficar em estado de alerta, ou seja, ajuda a "ligar os motores", mas a liberação dele no corpo provoca uma pequena elevação da pressão arterial.
Por isso nadadores que caem cedo na àgua sentem a sensaçâo de despertar inicial muito mais intensa, não apenas pela termorregulação (diferença da temperatura corporal e o meio), mais pelos hormônios produzidos pela manhã.
Essa situação pode não ser aconselhável aos hipertensos, mas não chega a ser impeditiva. O ideal é consultar um médico, segundo Romani.
Apesar de ressaltar que o melhor momento do dia para se exercitar é uma questão individual, que também depende da disponibilidade de agenda de quem faz esporte , o pesquisador faz res trições à prática de atividade física à noite.
Tanto a adrenalina, liberada durante o esforço, quanto a endorfina, produzida depois dele, são hormônios que podem atrapalhar o sono.
Segundo o cardiologista José Kawazoe Lazzoli, até o momento não existem comprovações científicas que mostrem que um período do dia seja melhor do que outro quando o assunto é atividade física.
Houve uma época em que se divulgou que, como o maior número de enfartos ocorria entre as 6 e 9 da manhã, este horário seria desaconselhável para malhar.
Mas, na realidade, não existe um aumento na incidência de enfartos relacionados a exercícios físicos, portanto a hora é irrelevante .
O médico acredita que o mais importante - e que deve ser levado em consideração - no momento de escolher um espaço na agenda para atividade física, seja a rotina de trabalho e estudo e, claro, o gosto pessoal. Afinal, cada pessoa conhece seu relógio biológico como ninguém.
Influência do Horário
Para algumas pessoas, fazer exercícios à noite pode tirar o sono , especialmente quando a atividade física é intensa.
Nadar forte, com tiros intensos e velozes, por exemplo, aumentam consideravelmente os níveis de adrenalina no sangue, deixando a pessoa desperta por muitas horas e sem conseguir dormir.
Mesmo que o objetivo seja perder peso, o horário não interfere.
O que realmente conta é fazer um contínuo trabalho aeróbio (nadar contínuamente com intensidade moderada) aliado a exercícios com peso (musculação, flexões de braços, pilates), que aumentam massa muscular e o metabolismo basal, fazendo com que o corpo continue a gastar energia mesmo depois de finalizado o exercício.
A importância de se alimentar antes do exercício físico é o ponto crucial.
Fazer uma atividade física com o estômago vazio pode causar hipoglicemia.
Além disso, como o corpo não tem combustível adequado , mesmo que a pessoa não passe mal, seu rendimento não será o mesmo.
Há quem consiga acordar cedo e ainda ter disposição para nadar independente a temperatura da água.
Outros preferem reservar um tempinho pouco antes do almoço, à tarde (ótimo para quem tem flexibilidade de horário) ou à noite.
Quem gosta de agito, costuma optar pela manhã ou noite, aproveitando assim para fazer um programa social, conversar com amigos e conhecer pessoas.
Essa escolha depende do ritmo individual, por isso é importante prestar atenção na maneira que seu corpo reage .
Antes de decidir-se por um período do dia, pense nos seus compromissos e disponibilidade e experimente diversos horários, até encontrar o que mais tem a ver com o seu dia-a-dia.
A maioria dos nadadores treinam em duas sessões diárias diferenciadas, uma pela manhã outra final da tarde, de acordo com objetivo de cada um, normalmente adaptam-se ao que os clubes podem oferecer, se você pode optar por um horário no qual sinta-se melhor não perca tempo.
Aproveite!
E bons Treinos!
*José Kawazoe Lazzoli, cardiologista, especialista em medicina do esporte. Presidente eleito da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
Renato Romani, professor de medicina do esporte do Cemafe, Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte, Unifesp, Universidade Federal de São Paulo.
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